sexta-feira, 5 de abril de 2013

Ergonomia o usuário de cadeira de rodas

É muito comum ouvir falar em ergonomia, em curso de ergonomia, livro de ergonomia e etc, mas quando tentamos focar o que é ergonomia, vemos que no Brasil não existe curso de ergonomia focado em adequação postural do usuário de cadeira de rodas, o que temos no Brasil em ergonomia são cursos ou mesmo Pós Graduação em ergonomia no TRABALHO e SÓ. Nestes cursos são abordados temas somente a respeito do posicionamente em cadeiras e ambientes de escritório, espanta ver que alguns profissionais após concluirem estes cursos até escrevam livros de ergonomia e façam adequação postural de usuário de cadeira de rodas achando que o aprendido se enquadra no segmento, os 90x90x90, sonho de todo ergonomista de MOBILIÁRIO PARA ESCRITÓRIO não acontece nem quando lidamos com pessoas normais, sem deformidades ou diagnóstico algum, pois esta postura apesar de ideal é desconfortável, observem as pessoas ao seu redor e vejam quantas estão sentadas corretamente e a frequência que mudam de posição para maior conforto.

Em outras palavras, quem não sai do Brasil para fazer cursos fora, com o agravante de fazer os cursos com os professores certos, nunca entenderá realmente o que é ergonomia do usuário de cadeira de rodas, no Brasil hoje residem meia dúzia de profissionais REALMENTE capacitados em ergonomia do cadeirante especial, quando digo profissionais não me refiro somente a terapeutas, pois fora do Brasil há a cultura multidisciplinar, formam engenheiros ergonomistas, designers e projetistas em ergonomia especial, Fisioterapeutas formados em engenharia ergonômica e por ai vai, aqui no pais tudo se limita a Terapeutas ocupacionais e Fisioterapeutas e PONTO, ou seja, TUDO É focado somente no atendimento, mas não no desenvolvimento de tecnologia e produção de produtos para atender aos pacientes


Não estou criticando a capacidade dos profissionais, mas sim as instituições e empresas que os mantém no quadro de funcionários negando a possibilidade de atualizações válidas, não pagam para que colaboradores façam cursos fora ou mesmo que participem de congressos de relevância na esfera internacional, estes profissionais só tem acesso a atualizações se pagarem e não é nada barato Passagem internacional, hospedagem e valor dos cursos ministrados fora, por este motivo quase ninguém se atualiza, há também alguns casos de profissionais que acham que sabem tudo, que são a luz da sabedoria e por este motivo ACHAM que não precisam pagar por atualização, pois na cabeça deles, eles próprios são os formadores de opnião e conceitos válidos, quem perde com esta maneira de pensar são os pacientes.

O conceito de ERGONOMIA ESPECIAL, vamos usar este termo para não sermos repetitivos no " ergonomia do usuário de cadeira de rodas" é muito especifico e ao mesmo tempo diversificado, pois os casos podem ser parecidos porém  diferentes, cada caso é um caso e sem uma equipe multidisciplinar + disponibilidade de tecnologia industrial com o mesmo foco, não há como realmente despontar e chegar ao nivel dos americanos e Europeus. Percebendo isso que empresas inovadoras começaram a mudar a mentalidade no paìs e a galgar resultados positivos. Hoje a ergonomia especial possui sementes no Brasil, só espero que instituições de renome e empresas antigas de mercado também acordem para esta realidade.

Asab Hirasawa

Projetista, designer e Tec. Ergonomista de usuários de cadeiras de rodas e sistemas posturais

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