terça-feira, 2 de novembro de 2010

Inclusão escolar do deficiente cadeirante especial

Com o decreto de inclusão escolar em vigor a partir de 2010, o qual diz que todas as crianças deficientes devem frequentar a escola regular, muitos familiares de pessoas portadoras de necessidades especiais acharam que seus entes queridos seriam de imediato inclusos no sistema de ensino, pelo menos é isso que deveria acontecer. Com o passar do ano vimos que infelizmente o que rege o decreto não se concretizou, os problemas são diversos, faltam profissionais capacitados para lidar com alunos com Paralisia cerebral por exemplo, falta transporte adequado, faltam escolas com acessibilidade para cadeirantes e mobiliário especifico para que esta criança não fique jogada em um canto da sala, isolada dos demais alunos.

Conversando com uma coordenadora de ensino, ela nos relatou que não teria como adequar todas as escolas Municipais para que atendesse as crianças especiais como manda o decreto, não há verba, não há pessoal e muito menos um planejamento a respeito, eles simplesmente não sabem o que fazer ao certo. A idea já que não havia como adequar todas as escolas, é de se criar polos para atender a demanda, cada região que possuisse por exemplo 6 escolas, uma delas seria eleita para receber as melhorias estruturais e de pessoal para receber estes alunos especiais, infelizmente ainda vemos muito despreparo, não só do setor de ensino, mas também do moveleiro nacional.

Ao vermos este quadro caótico, parece muito pouco provável que as crianças possam frequentar o ambiente escolar, pois praticamente a coisa não saiu do papel, falta tudo. A saida encontrada por muitas diretoras de colégios e responsáveis, é de comprar equipamentos que atendam as necessidades de transporte, escolar e funcionalidade postural. Por muitos anos no Brasil foi extremamente complicado achar algo com todas estas funções, ainda hoje não se ve em cada esquina tais produtos, é necessário procurar e saber separar joio do trigo, pois como em todo mercado há os aventureiros que só querem vender, que anunciam com preços baixos e entregam por fim um " gato por lebre" e os verdadeiros profissionais, pessoas que realmente entendem do assunto, que possuem capacitação técnica e vivencia dentro do setor especifico.

Temos que ter em mente que uma criança em ambiente escolar terá de ficar muito tempo sentada, que cansará e devido a suas limitações, necessita de algo que funcione, que mantenha a melhor postura possivel, somente um bom produto em si não faz milhagres, é necessário também que o corpo docente saiba posicionar o cadeirante em seu sistema postural, já visitamos escolas que a criança estava sentada sobre um bom produto, mas estava muito mal posicionado por conta da desatenção e despreparo dos profissionais que ali trabalhavam, isso muitas vezes gera reclamações aos fornecedores, porém a culpa não é do fornecedor e sim de quem não sabe trabalhar com o produto que foi adquirido. Existem os fornecedores de produtos ruins e isso somado ao despreparo do corpo de profissionais gera até deformidades em seus usuários com o passar do tempo. Também existem o casos de bons profissionais terem de lidar com produtos ruins, mas são raros estes casos, no geral os profissionais não possuem a capacitação necessária e os produtos são ruins.

A pergunta é, o que devemos fazer para melhorar este quadro?

A palavra chave é Capacitação, das terapeutas e do corpo docente , não somente no quesito pedagogico, mas também posicionamento é de suma importância para melhorarmos a inclusão, em muitas escolas vemos salas com estes alunos especiais, todos olhando para as paredes, sem estimulo algum e duas professoras conversando alegremente sem dar atenção a quem deveria, tratando a sala como um simples depósito de gente sem capacidade cognitiva alguma. Esta forma de agir é estimulada pelo despreparo, pela falta de compromisso para com a profissão ligada a educação que não é somente alfabetizar, mas também estimular de alguma forma estas pessoas que ali passam horas sentadas.